quarta-feira, 18 de abril de 2012

Realidade Virtual

O verbo, o lápis e o papel
A moça, a bussola e o favo de mel
Do servo ao rei, muitos anseiam tê-la.
Enquanto a Lua e as estrelas somente revê-la.

O lustre, o abajur e a escada
O rio, a árvore e o homem na sacada
Todos estão demasiadamente apreensivos
Alucinadamente impacientes e possessivos.

Querem entender, saber o porquê
Se eres ou não fisicamente possível
Ou se é só um delírio geral, incorrigível.

O desacordo toma conta da cidadela
A dúvida invade minha busca singela
Pois tamanha beleza não há de ser real.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Da Cor do Pecado

O pecado não tem cor,
O pecado tem sabor
O pecado, e também o desejo,
Têm o gosto do seu beijo.

Teu corpo à noite me chama
Minh’alma com isso se inflama
Sabes bem o que quero dizer,
Saber bem que eu quero te ter.

Não se faças de desenganada
Sua vida está totalmente estagnada
E meu coração está aqui em movimento,
Querendo tê-la a todo o momento.

Na maratona que corre o tempo
No mar, no ar, na cidade ou no campo
Enquanto os solitários pelas ruas se esbaldam
E os poetas, eternos solitários, trabalham.

sábado, 7 de abril de 2012

O Outro Lado do Verso

Escrevendo às vezes sem perceber
Coisas que eu nem sei por quê
Pra me esquecer ou pra passar o tempo?
Às vezes me esqueço, por um momento.

Mas se meus versos falassem, quem sabe
Diriam que estou realmente triste
Que o seu mórbido odor em mim persiste
E escrever não é antídoto, e sim placebo.

Infelizmente meus versos não falam
Somente se calam e exalam frustração
Dão silenciosas gargalhadas sobre minha situação.

Hienas sorridentes eles hão de ser
Porém, a intrigante pergunta vem à tona:
Como poderei sem meus versos sobreviver?