sábado, 21 de agosto de 2010

Cronologia Do Amor

Cresce rasteiro na calada da noite
Escondendo-se para, quem sabe, ser visto
Ainda mal descobrira o sujo e o indecente,
Mas em verso e sentimento já pode ser descrito.

Com o passar da aurora toma a alma
Agora é feito puramente de cobiça e desejo
Não mais se reconhece a doçura ou a calma
E a inocência, aparece apenas de lampejo.

A luxúria traz consigo o desgaste
Paixão torna-se uma insensatez descartável
No coração já não bate mais tão forte,
Nunca mais se recordara do inesquecível.

Morte agora se chama sinônimo
O peito nunca pulsará como pulsou antes
Substituir amor por dor agora é fenômeno 
E o que tomava a alma, agora toma as estantes.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Confissões Cruéis

Sua pele tornara-se morbidamente frígida
O medo silenciava todos os quartos vazios
E eu, sedento por aqueles lábios macios,
Rompia aos poucos aquela alma rígida.

A morte, com o tempo, já não me excitava
Devaneava o futuro em minha loucura,
Extasiado naquele sorriso cor de ternura
Tamanha excelência sutilmente me alucinava.

E com o contorcer dos ponteiros do tempo
Minha mente se retorcia naquele novo engano
Porém, amá-la seria meu derradeiro alento.

Singelo e sem culpa era meu encanto
Que no sabor da luxúria, doce e profano,
Cerrava aos poucos um longo pranto.